Confesso que demorei um certo tempo para compreender o verdadeiro significado do jejum e a razão de ter que cumpri-lo com total seriedade. E, ao compreender, não foi de cara que acertei. De fato é preciso ter um bom conhecimento, partindo da iluminação bíblica, pois na Palavra de Deus encontramos o próprio Jesus jejuando no deserto ao longo de quarenta dias (Mt 4, 1-11). O jejum é tão necessário para a nossa santificação, que foi indicado como um dos mandamentos da Igreja. No Catecismo da Igreja Católica (CIC n. 1428-1432) também encontramos ensinamentos sobre esta prática.
No período da Quaresma, tempo litúrgico que nos convida a conversão, os padres, em sua maioria, nas homilias, empenham-se em esclarecer melhor para que os fiéis compreendam e assim o façam de forma correta, sobretudo com sinceridade e com desejo de mudança.
Foi também a partir de várias leituras que consegui chegar a uma boa compreensão do jejum. Então, caso você encontra-se na mesma situação, se perguntando ainda porque deve abster-se de certo alimentos, porque a igreja faz esta recomendação, vamos ajudá-lo a entender melhor.
A Igreja nos propõe o jejum como uma maneira de nos educar, de aprendermos a dominar nosso corpo e também nossas inclinações. O jejum e a penitência não são para que sintamos fome ou passemos necessidade. A penitência é “uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão para Deus de todo o nosso coração” (cf. Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1431). Ou seja, essas práticas espirituais servem para nos ajudar a encontrarmos a Deus por meio da oração.
A penitência é “uma reorientação radical de toda a vida, um retorno, uma conversão para Deus de todo o nosso coração” (cf. Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1431).
JEJUNS E MORTIFICAÇÕES
Embora sejam atos exteriores, os jejuns e as mortificações, impelem-nos à oração, a uma melhor escuta de Deus por meio da temperança, do espírito de sacrifício, de equilíbrio do corpo e da mente, levando-nos a essa conversão interior. Inclusive, recomenda-se que o gesto do jejum seja acompanhado da partilha do alimento não consumido, com os necessitados. O tempo litúrgico da Quaresma tem essa dimensão penitencial de revisão interior, mas também, de amor concreto ao próximo.
Por que a Igreja recomenda essa prática espiritual?
É importante saber que o jejum é uma prática muito mais interior do que exterior, não é apenas algo que se deixa de comer, mas tem um propósito: abster-se de certos alimentos. O jejum não é uma dieta, mas uma prática espiritual que visa uma intimidade maior com Deus. O jejum é para a conversão, e também, para que amemos mais a Deus e ao próximo.
O Papa Leão Magno aconselhava: “Mortifiquemos um pouco o homem exterior, para que o interior seja restaurado. Perdendo um pouco do excesso corpóreo, o espírito robustece-se”.
As práticas penitenciais são tão importantes na busca da conversão que, a observância de algumas delas, foram indicadas como um dos mandamentos da Igreja. Muito mais do que preceitos, essas práticas penitenciais revelam ser busca pela perfeição no amor.
No próximo post, iremos falar sobre as normas básicas para o jejum da Quaresma.
Espero que tenha lhe ajudado. Caso tenha alguma dúvida, deixe um comentário abaixo que vamos procurar responder da melhor forma.
Salve Maria Puríssima!
Fonte: blog Canção Nova
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